RIO – Com 154 anos de existência, o jornal português “Diário de Notícias” passará a ter edição impressa apenas aos domingos. Durante a semana, de segunda-feira a sábado, a publicação será apenas on-line. O novo projeto do jornal começará no dia 1º de julho, segundo anúncio feito pela diretora-executiva, Catarina Carvalho. Inicialmente, o conteúdo será gratuito, mas a ideia é que parte das informações da edição diária digital seja paga.

“As pessoas têm que perceber que se querem jornalismo bom, investigativo e (…) se querem que o jornalismo contribua para a democracia esse é um papel pelo qual têm de pagar, porque se não for assim não há quem pague. Não vão ser as fundações, que também têm os seus interesses, que pagam. Além de que, a forma mais democrática de ter informação que interessa aos leitores é serem eles a pagarem-na”, afirmou Catarina.

Ela negou que haverá demissões na empresa por causa das mudanças, mas que haverá troca de funções e de áreas dentro do Global Media, do qual o “Diário de Notícias” faz parte. O grupo, um dos maiores de mídia de Portugal, tem marcas como a rádio TSF, os jornais “Jornal de Notícias” e “O Jogo” e o “Dinheiro Vivo”, jornal digital de informação econômica, além de revistas como “Volta ao Mundo”, “Men’s Health”, “Women’s Health”, “Notícias Magazine” e “Evasões”.

Jornais de todo o mundo enfrentam nos últimos anos as perdas de leitores diante das mudanças no hábito de leitura de notícias, com declínio das vendas da edição impressa. Outros jornais com tradição já abandonaram a edição impressa, como o britânico “Independent” e o espanhol “Público”.