Dólar sobe para R$ 3,90 pela falta de credibilidade do governo no mercado

Moeda norte-americana tem alta de 0,85% com a baixa capacidade do Executivo em dialogar com o Legislativo; Ibovespa sobe 1,34% puxado pelo mercado externo

A credibilidade do governo Bolsonaro tem piorado perante os investidores estrangeiros. Com isso, o dólar fechou com alta de 0,85% nesta terça-feira, 16, cotado a 3,90 reais em seu valor de venda –no maior valor da moeda em 18 dias. A preocupação dos investidores é com a baixa capacidade de o Executivo em dialogar com o Legislativo.

Após a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara não ter votado a admissibilidade da reforma da Previdência na segunda-feira, 15, o mercado financeiro reagiu negativamente, segundo o gerente de câmbio da Fair Corretora, Mario Battistel. “O real problema do preço elevado do dólar no Brasil é a política”, afirma.  

O investidor estrangeiro não tem confiança de que o governo tenha capacidade de convencimento no Congresso, segundo Battistel. “Sem credibilidade, não entra dinheiro”, completa

O cenário externo provocou alta de 1,34% no Ibovespa nesta terça-feira, 16. O índice encerrou aos 94.333,31 pontos com valorização das commodities e com notícias positivas para os frigoríficos brasileiros.

Com a alta do valor do petróleo no mercado internacional, as ações da Petrobrasvoltaram a subir. Os papéis ON, que dão direito a voto (PETR3), se valorizaram 3,57%, e os PN (PETR4), os mais negociados, 3,05%. O minério de ferro também teve seu preço elevado no mercado internacional, o que permitiu a subida de 3,45% da Vale. Ambas empresas possuem grande importância para o andamento do índice da bolsa de valores.

Os frigoríficos lideraram as altas do pregão com a abertura de mercado na Ásia. O surto de febre africana pode prejudicar a produção de carne tanto suína como bovina na China, o que abre mercado para exportação, segundo Vitor Beyruti, economista da Guide investimentos. A JBS viu suas ações se valorizarem em 8,48%, a Marfrig, em 7,42%, e a BRF, em 6,26%.

“(No cenário interno), temos uma visão escura, que hoje ficou em segundo plano, pela positividade do mercado externo”, afirma Beyruti.